sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cúpula dos Povos na Rio+20



Cúpula dos Povos na Rio+20


Posted: 04 May 2012 07:44 AM PDT
Como pensa uma criança indígena sobre as diferenças entre a aldeia e a cidade? Neste vídeo, do quadro Outro Olhar, da TV Brasil, o índio Sal Tupinambá apresenta sua visão sobre a sua vida na aldeia tupinambá.
O vídeo foi produzido por Sebastian Guerlíc e Potira Tupinambá.
 
 
Posted: 04 May 2012 07:20 AM PDT
Moedas incrustadas no tronco de uma árvore: o dinheiro se impõe à natureza (foto: Pete Aylward/CC BY-NC-SA 2.0)
Às vésperas da Rio+20, é imprescindível denunciar a nova ofensiva do capitalismo neoliberal: a mercantilização da natureza. Já existe o mercado de carbono, estabelecido pelo Protocolo de Kyoto (1997). Ele determina que países desenvolvidos, principais poluidores, reduzam as emissões de gases de efeito estufa em 5,2%.
Reduzir o volume de veneno vomitado por aqueles países na atmosfera implica subtrair lucros. Assim, inventou-se o crédito de carbono. Uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono. O país rico ou suas empresas, ao ultrapassar o limite de poluição permitida, compra o crédito do país pobre ou de suas empresas que ainda não atingiram seus respectivos limites de emissão de CO2 e, assim, fica autorizado a emitir gases de efeito estufa. O valor dessa permissão deve ser inferior à multa que o país ricos pagaria, caso ultrapassasse seu limite de emissão de CO2.
Surge agora nova proposta: a venda de serviços ambientais. Leia-se: apropriação e mercantilização das florestas tropicais, florestas plantadas (semeadas pelo ser humano) e ecossistemas. Devido à crise financeira que afeta os países desenvolvidos, o capital busca novas fontes de lucro. Ao capital industrial (produção) e ao capital financeiro (especulação), soma-se agora o capital natural (apropriação da natureza), também conhecido por 'economia verde'.
A diferença dos serviços ambientais é que não são prestados por uma pessoa ou empresa; são ofertados, gratuitamente, pela natureza: água, alimentos, plantas medicinais, carbono (sua absorção e armazenamento), minérios, madeira etc. A proposta é dar um basta a essa gratuidade. Na lógica capitalista, o valor de troca de um bem está acima de seu valor de uso. Portanto, tais bens naturais devem ter preços.
Os consumidores dos bens da natureza passariam a pagar não apenas pela administração da 'manufatura' do produto (como pagamos pela água que sai da torneira em casa), mas pelo próprio bem. Ocorre que a natureza não tem conta bancária para receber o dinheiro pago pelos serviços que presta. Os defensores dessa proposta afirmam que, portanto, alguém ou alguma instituição deve receber o pagamento – o dono da floresta ou do ecossistema.
A proposta não leva em conta as comunidades que vivem nas florestas. Uma moradora da comunidade de Katobo, floresta da República Democrática do Congo, relata:
"Na floresta, coletamos lenha, cultivamos alimentos e comemos. A floresta fornece tudo, legumes, todo tipo de animal, e isso nos permite viver bem. Por isso que somos muito felizes com nossa floresta, porque nos permite conseguir tudo que precisamos. Quando ouvimos que a floresta poderia estar em perigo, isso nos preocupa, porque nunca poderíamos viver fora da floresta. E se alguém nos dissesse para abandonar a floresta, ficaríamos com muita raiva, porque não podemos imaginar uma vida que não seja dentro ou perto da floresta. Quando plantamos alimentos, temos comida, temos agricultura e também caça, e as mulheres pegam siri e peixe nos rios.
Temos diferentes tipos de legumes, e também plantas comestíveis da floresta, e frutas, e todo de tipo de coisa que comemos, que nos dá força e energia, proteínas, e tudo mais que precisamos."
O comércio de serviços ambientais ignora essa visão dos povos da floresta. Trata-se de um novo mecanismo de mercado, pelo qual a natureza é quantificada em unidades comercializáveis.
Essa ideia, que soa como absurda, surgiu nos países industrializados do hemisfério norte na década de 1970, quando houve a crise ambiental. Europa e EUA tomaram consciência de que os recursos naturais são limitados. A Terra não tem como ser ampliada. E está doente, contaminada e degradada.
Frente a isso, os ideólogos do capitalismo propuseram valorizar os recursos naturais para salvá-los. Calcularam o valor dos serviços
ambientais entre US$ 16 e 54 trilhões (o PIB mundial, a soma de bens e serviços, totaliza  atualmente US$ 62 trilhões). "Está na hora de reconhecer que a natureza é a maior empresa do mundo, trabalhando para beneficiar 100% da humanidade – e faz isso de graça", afirmou Jean-Cristophe Vié, diretor do Programa de Espécies da IUCN, principal rede global pela conservação da natureza, financiada por governos, agências multilaterais e empresas multinacionais.
Em 1969, Garret Hardin publicou o artigo "A tragédia dos bens comuns" para justificar a necessidade de cercar a natureza, privatizá-la, e assim garantir sua preservação. Segundo o autor, o uso local e gratuito da natureza, como o faz uma tribo indígena, resulta em destruição (o que não corresponde à verdade). A única forma de preservá-la para o bem comum é torná-la administrável por quem possui competência – as grandes corporações empresariais. Eis a tese da economia verde.
Ora, sabemos como elas encaram a natureza: como mera produtora de commodities. Por isso, empresas estrangeiras compram, no Brasil, cada vez mais terras, o que significa uma desapropriação mercantil de nosso território.
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* Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de "O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade" (Agir), entre outros livros. Twitter:@freibetto.
Posted: 03 May 2012 08:05 PM PDT
No período de 15 a 23 de junho, a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental reunirá cerca de 40 mil pessoas no Aterro do Flamengo para discutir a crise profunda em que se encontra o planeta e alternativas para se criar um outro mundo, com justiça e igualdade. Uma oportunidade única de diálogos, intercâmbios, interações e ações compartilhadas.
Para compormos esta imensa teia de colaboração, a plataforma online colaborativa, a TV e Rádio Cúpula estão convidando você e seu coletivo para um encontro na próxima terça-feira (8/5), visando estabelecer parcerias e cooperações no âmbito da produção e difusão de conteúdos sobre a Cúpula.
Além de transmissão em tempo real para todo o mundo, a TV e a Rádio contarão com diversos pontos de exibição espalhados estrategicamente pelo território do Aterro durante os dias do evento. A programação de ambas já está aberta para colaborações e envio de programas sobre os temas da Cúpula dos Povos.
Vamos construir juntos uma onda de informação rebelde e sem fronteiras.
Venha com a gente. Compareça!
Reunião aberta com parceiras da TV e Rádio Cúpula
Quando: Dia 8 de maio, terça-feira
Horário: das 17h30 às 20h
Onde: Centro Teatro do Oprimido (rua Mem de Sá, 31, Lapa – Rio de Janeiro)
Posted: 03 May 2012 02:10 PM PDT
Gente na rua, multidões, passeatas. Como mostrar o futuro que de fato queremos sem manifestações? Por isso, a mobilização é um eixo central da Cúpula dos Povos, para além das atividades autogestionadas, plenárias e demonstrações de experiências.
Os dias 5 e 20 de junho serão marcados por ações locais e globais. É muito importante conectar e coordenar todas as mobilizações que se realizem nesses dias. Precisamos que o mundo conheça nossas mensagens.
Pensando nisso, a Cúpula convida organizações, entidades, redes, grupos, coletivos e indivíduos de qualquer lugar do Brasil e do mundo para nos articularmos juntos em 5 e 20 de junho. Se você quer realizar uma manifestação na sua comunidade, cidade, região ou país, junte-se a nós para realizarmos uma mobilização global.
Como nos unir?
A Cúpula tem um grupo responsável justamente pela conexão e articulação entre as diversas mobilizações que podem e devem acontecer pelo Brasil e pelo mundo: o Grupo de Trabalho (GT) de Mobilização Global.
Para contribuir com a organização das mobilizações dos dias 5 e 20 de junho, envie dados de sua organização, grupo, coletivo ou comunidade – bem como os planos de sua mobilização – para o e-mail do GT Mobilização: mobiliza@rio2012.org.br.
Para quê?
Para expor e denunciar as causas estruturais da crise e as falsas soluções e seus criadores querem nos impor, para refundar o capitalismo.
Para promover as soluções reais dos povos para erradicar a injustiça social, econômica e ambiental. Devemos tornar conhecidas nossas propostas e ganhar apoio para elas. Dar visibilidade às lutas de nossos povos contra o avanço do capital em nossos territórios; no campo, na cidade, nas zonas costeiras, em todos os lugares.
Do local para o global
A Cúpula convoca organizações, comunidades, redes e coletivos para realizar, em 5 de junho, mobilizações em suas regiões, cidades e comunidades para pressionar nossos governos, demonstrando que não aceitamos as falsas saídas da crise e por apoio às nossas soluções.
O dia 20 de junho será o Dia de Ação Global. Durante a Cúpula dos Povos, que começa dia 15, vamos tornar essas e outras lutas locais visíveis em todo mundo na luta por justiça social e ambiental, contra a mercantilização da vida e em defesa dos bens comuns.
Vamos nos mobilizar juntos! Envie um e-mail para mobiliza@rio2012.org.br e conte seus planos de mobilização.
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Veja como foi a Caravana dos Povos, o primeiro evento de mobilização da Cúpula dos Povos, realizada em 25 de março, no Rio de Janeiro:
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